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Polícia militar de taubaté

5º BPM/I General Salgado 120 Anos

O 5º Batalhão de Polícia Militar do Interior tem seu passado de glórias, mas no presente , heróis anônimos trabalham diuturnamente como polícia ostensiva e de preservação da ordem pública elevando ainda mais o nome da Gloriosa Polícia Militar do Estado de São Paulo, a estes heróis ficam o orgulho e a responsabilidade de pertencerem ao 5º BPM/I-"Gen Salgado"...

O Quinto Batalhão de Policia Militar do Interior - General Júlio Marcondes Salgado, foi criado pela lei nº 491 de 29 de Dezembro de 1896, que "reorganizava a Força Pública do Estado de São Paulo" e pelo decreto 439, de 20 de março de 1897, que dava regulamento a Guarda Cívica do Interior de Estado".
      Desde então, esta unidade vem descrevendo na longa trajetória de sua existência a história vibrante e luminosa de 112 anos de trabalho glorioso e fecundo, acompanhando passo a passo o programa de São Paulo. 
      Não poderia deixar de ser mencionado suas gloriosas campanhas em 1924, 1926 e 1930, quando ainda estava no comando seu primeiro comandante, o bravo Ten Cel ARTHUR DA GRAÇA MARTINS. 
      Dentre seus feitos de glória, destacamos também sua participação na Revolução Constitucionalista de 1932, a maior demonstração dos paulistas de amor à causa da democracia, inclusive com o sacrifício das próprias vidas, a exemplo do nosso ex-comandante, o heróico GENERAL JÚLIO MARCONDES SALGADO, que derramou seu sangue em prol da nobre causa. 
      Em 11 de outubro de 1932, o Boletim Geral nº 237 publicou sob o título “Destacamento - Atendendo às necessidades da manutenção da ordem pública no interior do Estado e conforme a determinação do Senhor Chefe de Polícia, deverão seguir no mais curto prazo possível, os destacamentos recolhidos por ocasião da mobilização geral. As sedes dos batalhões destacados serão localizados nas seguintes cidades: 3º BCP - Ribeirão Preto, 4º BCP - Bauru, 5º BCP - Taubaté, 6º BCP - Santos, 7º BCP - Itapetininga, 8º BCP - Campinas e 9º BCP na Capital.” 
Em 28 de outubro de 1932 o 5º BC destacou-se de seu aquartelamento na Capital e seguiu com destino a cidade de Taubaté aquartelando-se no Instituto Correcional,  atual Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté. 
      Em 12 de março 1936 transferiu-se para o prédio localizado na Praça Dr. Monteiro nº 1  onde permaneceu até 25 de março de 1950 quando foi oficialmente inaugurado o prédio onde atualmente está instalado. 
      O 5º BPM/I, é considerado “ Unidade Mãe” das Organizações Policiais Militares sediadas no Vale do Paraíba, as quais se desmembraram visando uma maior eficácia em nossa missão constitucional de Preservação da Ordem Pública. 
      O desmembramento começou em 1973 com a criação do 27º BPM sediado em São José dos Campos, sendo remanejada para a nova unidade a então 2º Cia do 5º BPM; em 1979 com a criação do 23º BPM/I, abrangendo as cidades do fundo do Vale, a área de abrangência ficou ainda mais reduzida. 
      Através de publicação do item 22 do Boletim Geral nº 188, de 02Out75, o então 5º BPM passou a denominar-se 5º Batalhão de Polícia Militar do Interior
Atualmente, além de desenvolver atividades próprias de policiamento preventivo em diversas cidades, principalmente com ênfase ao Policiamento Comunitário, tem também a incumbência de cuidar da segurança externa de um Complexo Penitenciário existente na Região. 
      Não se pode também esquecer que o 5º BPM/I, constitui uma tradicional Unidade de Ensino, desenvolvendo diferentes cursos de Formação de Soldados, Cabos e Sargentos; além de Estágio de Atualização Profissional de todos os componentes do Comando de Policiamento de Área do Vale do Paraíba e Litoral  Norte.

O Decreto nº 31.766, de 28Jun90. 
      Orestes Quercia - Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições

      DECRETA:

      Artigo 1º - o 5º Batalhão de Polícia Militar do Interior (5º BPM/I), da Polícia Militar do Estado de São Paulo, passa a denominar-se 5º Batalhão de Polícia Militar do Interior “General Júlio Marcondes Salgado”( 5º BPM/I - "Gen Salgado").

      Artigo 2º - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 28 de junho de 1990.

                                                       ilegível 
                                         ORESTES QUERCIA

Júlio Marcondes Salgado

O texto abaixo foi extraído do Livro Cruzes Paulistas - Os que tombaram em 1932, pela Glória de servir São Paulo - Edição 1936. Empresa Gráfica da “Revista dos Tribunais”

      “Desde fins do ano de 1930, quando se instalou em São Paulo um governo estranho à sua gente, desconhecedor dos seus problemas, alheio à sua técnica administrativa, certo mau estar se assenhoreou dos paulistas, sempre ciosos do seu esforço e do seu progresso. Um anseio que se tornou em brado de todas as horas se manifestou na exigência de interventor “civil e paulista”. De tal forma a opinião pública se demonstrou forte nessa exigência que o militar foi substituído, assumindo o governo um magistrado, paulista e civil. Seu governo durou dias apenas. Elementos militares forçaram a sua saída. Outro militar foi nomeado para a interventoria. Novos brados, nova grita incessantemente repetida, exigia um interventor “civil e paulista”. Já então se conspirava francamente no sentido de obter pela força a reconstitucionalisação do país e a reentrega dos Estados a si próprios. As eleições para a Assembléia Constituinte, apesar de marcadas para maio de 1933, só se realizariam se o governo ditatorial se visse constrangido a não adiá-las. 
      Júlio Marcondes Salgado, Tenente Coronel da Força Pública, compreendia e sentia sinceramente o estuar do coração paulista. Era, assim, um dos conspiradores para a Revolução em preparo. Quando Pedro de Toledo foi nomeado interventor em São Paulo, como o “civil e paulista” reclamado pelo povo, Marcondes Salgado foi promovido a Coronel e recebeu a missão de comandar a veterana e nobre Força Pública do Estado. Desde então, o valente militar não descansou, no preparo da sortida que ficaria marcada na história de São Paulo e do Brasil como a mais bela página de heroísmo e valor coletivos. Tomou parte nas combinações preliminares, encarregou-se de aliciar Oficiais, explicando-lhes com profunda sinceridade e coragem moral a verdadeira significação do movimento. Deu balanço nas armas e munições disponíveis da Força.  Fez, enfim, quanto lhe era possível para que a explosão do movimento tivesse todas as garantias possíveis de vitória. 
      Iniciada a luta, o Coronel Salgado desdobrou-se em ação enérgica e sempre pronta. Atendeu aos seus deveres de comandante da milícia estadual e colaborou com as autoridades na organização dos batalhões de voluntários – e estes eram tantos que em pouco faltaram armas para os encaminhar para as trincheiras. 
      A 23 de julho, segundo Sábado da Revolução, o serviço de publicidade do Quartel General das Forças Constitucionalistas dava a público o seguinte comunicado: 
      “Sofremos, esta manhã, uma grande perda, que não arrefecerá o nosso ânimo combativo, mas que indubitavelmente causará às tropas e aos civis profundo pesar. 
       Essa perda foi a do bravo comandante da Força Publica de São Paulo, o brilhante Oficial Coronel Júlio Marcondes Salgado. 
       O ilustre militar não caiu vitimado pelos adversários, mas por um desastre deplorável. 
       Hoje cedo o general Bertholdo Klinger, acompanhado dos seus Oficiais, Tenentes Saraiva e Pedro Celestino Filho, e o Coronel Júlio Marcondes Salgado, dirigiram-se a Santo Amaro afim de assistirem a experiências de um novo tipo de morteiro. 
      Quando ali chegaram, várias experiências já tinham sido feitas com êxito. Prosseguiram os trabalhos normalmente, quando uma granada, em vez de projetada para fora do tubo onde fora lançada, explodiu dentro dele. Com a explosão, voaram estilhaços para todos os pontos e um deles apanhou o Coronel Júlio Marcondes Salgado no pescoço, seccionando-lhe a carótida. O bravo Comandante da Força Publica caiu morto instantaneamente. 
      O General Klinger recebeu um estilhaço no braço, ferindo-se ligeiramente. Feridos foram, também levemente, alguns Oficiais do Exército e da Polícia. Dos civis presentes, parece que todos saíram ilesos. 
      A triste cena causou profunda impressão em todos os assistentes. Foram tomadas pelo governo, imediatamente, providências, não só para os funerais do distinto Oficial, como para que as operações de guerra não sentissem, com o seu falecimento inesperado, a mínima perturbação. 
      São Paulo ficou privado do concurso de uma das figura militares mais representativas, mas nem por isso sofrendo, no seu poderio militar e na capacidade de ação da sua Força Pública, diminuição alguma”. 
      O Dr. Pedro de Toledo, governador do Estado, determinou tocantes e profundas homenagens ao Coronel Júlio Marcondes Salgado, cujos funerais foram de imponência rara, acompanhados por imensa multidão silenciosa e triste até o Cemitério São Paulo, onde o seu corpo foi depositado na sepultura n.º 1, sob o olhar comovido dos paulistas. 
      O governador baixava, a seguir, a seguinte resolução: 
      “O Doutor Pedro de Toledo, Governador do Estado de São Paulo, por aclamação do Povo Paulista, do Exército Nacional e da Força Pública. 
      Considerando que o Coronel Júlio Marcondes Salgado, Comandante Geral da Força Pública do Estado de São Paulo, no decorrer de sua vida militar, através de todos os postos e de todas as armas, sempre se revelou um militar exímio, sereno cumpridor dos seus deveres, o que lhe valeu a estima dos seus comandantes e de todo o povo paulista; 
      Considerando que, neste momento histórico da vida paulista, representou papel de singular relevância, pelo que bem mereceu as considerações e honras com que foi distinguido, prêmio de um trabalho realizador e fecundo, no qual revelou a tempera do velho caráter bandeirante; 
      Considerando que encontrou a morte no dia de hoje, quando cuidava de dar às forças do Exército Constitucionalista novos meios de eficiência e de garantia da vitória da nobre causa por São Paulo abraçada;

      RESOLVE, 
      Nos termos do decreto 5.602 de 23 de julho de 1932, considerar promovido ao posto de General Comandante da Força Pública do Estado de São Paulo o Coronel Júlio Marcondes Salgado”. 
      O decreto aludido criava, na Força Publica, o posto de General, até então inexistente. Com honras extraordinárias São Paulo provou ao valente Soldado o quanto sabia estimar o seu sacrifício e os esforços anteriormente feitos para a perfeita eclosão do movimento Constitucionalista.

Dados biográficos – O general Júlio Marcondes Salgado, nascido em Pindamonhangaba a 1.º de julho de 1890, era filho do Sr. Victoriano Clementino Salgado e de Sra. Aneuphrosina Salgado, tendo por irmãos Sérgio, Luiz, Joaquim, Francisco, Euclydia e Francisca Marcondes Salgado. Casara-se com a Sra. Ophelia Marcondes Salgado. 
       Ingressara o General Salgado na Força Pública em 1907, galgando os postos  custa de estudos e força de vontade. Exímio cavaleiro, tomou parte em diversos concursos hípicos, logrando conquistar várias taças e bronzes de valia. Era condecorado pelo rei Alberto, da Bélgica. 
      Em 1924 e 1930, teve atuação destacada nos movimentos revolucionários, sempre, porém, ao lado das autoridades constituídas. 
      Seu nome é lembrado com saudade por todos os paulistas.”

Conforme Publicação do Boletim Geral nº 159/80 ficou adotado o Brasão e o Estandarte do 5º BPM/I. 
         O Brasão será um escudo redondo, partido e cortado, tendo no primeiro campo, de goles (vermelho), que simboliza a audácia, grandeza e espírito de luta, duas pistolas cruzadas (em ouro) que é o emblema da Polícia Militar, no segundo campo, de prata, que é a pureza do ideal, o dever e a lealdade, o escudo da Polícia Militar do Estado de São Paulo (que é parte do Brasão da PM); no terceiro campo em blau (azul) no qual sobressaem quatro estrelas em prata encimando o contorno simbólico da serra da Mantiqueira em ouro. 
   As quatro estrelas em prata representam as principais campanhas 1924, 1926, 1930 e 1932, nas quais brilhantemente tomou parte o Batalhão; a presença da Mantiqueira lembra sua transposição no século XVII pelos Bandeirantes, que redundou na descoberta do ouro de célebre sertão dos Cataguas (Minas Gerais) e o desbravamento desse território e fundação ali de importantes cidades; abaixo do contorno da serra, uma faixa verde, representando a região cultivada e verdejante do Vale do Paraíba, sendo cortada por uma faixa em prata, ondulada, representando o lendário e navegável Rio Paraíba.  Como timbre um leão armado de ouro, empunhando um sabre do mesmo metal, que é o timbre do brasão da Polícia Militar. Num listel de goles (vermelho) em letras de prata, a   legenda 5º BPM/I.

Conforme Publicação do Boletim Geral nº 159/80 ficou adotado o Brasão e o Estandarte do 5º BPM/I. 
       O estandarte será em pano azul ultramar, tendo no canto superior esquerdo a miniatura do estandarte da Polícia Militar e no campo maior o Brasão da Unidade.

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